domingo, 2 de junho de 2013

FRUTAS NATIVAS DA REGIÃO DO PANTANAL

BOCAIÚVA (Acrocomia aculeata)

A bocaiúva é um coco que se espalha por quase todo o território nacional. Além de alimentar araras, quando na árvore, e o gado, quando no chão, o coco da bocaiúva também é usado por crianças, seja ele um fruto recém caído ou já bastante madura. Se o coco estiver fresco, pode-se usar a polpa. Quando o coco é velho, pode-se fazer uso da amêndoa, que é retirada depois de quebrar a parte dura da casca.
Da bocaiúva pode-se aproveitar tudo. A casca pode servir de ração animal de alta qualidade, a polpa  pode ser usada diretamente na alimentação, ou então fazer a farinha para ser empregada em outras receitas, o tegumento pode ser usado para fazer carvão, ou mesmo queimado diretamente, a amêndoa tem uma grande quantidade de óleo que pode até substituir o azeite de oliva no tempero de saladas, a amêndoa pode ser utilizada na fabricação de doces tipo cocada.
Da farinha de bocaiúva pode-se fazer, sucos e vitaminas, também, sorvetes, geleia  bolos, doces, pudim, licor e por ai vai, depende da sua criatividade, receitas muito saborosas e ainda pouco usadas. Também utilizamos o palmito, muito saboroso e é a palmeira mais utilizada para extração de palmito na região pantaneira.

ARAÇA (Psidium cattleyanum Sabine)

O araça é uma fruta pequena, arredondada, com sementes, cuja polpa varia de cor segundo a espécie, predominando o alaranjado e o amarelo-claro que possui alta potencialidade de utilização comercial, em face de apresentar alto teor de vitamina C de seus frutos, ótima aceitação para consumo in natura ou industrialização na forma de doces em pasta, geleias ou cristalização, e baixa suscetibilidade a pragas e doenças, sendo usado também no preparo de sorvetes e refrescos e também de um doce muito parecido com a goiabada.

CARAGUATÁ (Bromelia pinguin)


O caraguatá é uma planta da família das bromélias. Apresenta longas folhas com fortes espinhos nas bordas e de colorido vermelho-arroxeado quando em flor. As fibras contidas no fruto dessa planta servem para o preparo de roupas, cintos e bolsas. Os frutos, que são produzidos de março a junho, são apreciados crus, cozidos ou assados e eram importante na alimentação dos índios. Comem-se, também o rizoma, a inflorescência e o botão floral, geralmente crus ou cozidos.
Quando ocupam grandes áreas, formam barreiras que servem de esconderijos para ninhos de jacarés e refúgios de cobras, tatus, porcos e tamanduás. Na medicina popular, seus frutos, fervidos, são utilizados para xaropes contra tosse, gripe e pneumonia.

GUAVIRA OU GABIROBA (Campomanesia pubescens)

É um fruto arredondado, de coloração verde-amarelada, com polpa esverdeada, suculenta, envolvendo diversas sementes muito parecido com uma goiabinha. Ela pode ser consumida ao natural ou na forma de sucos, doces e sorvetes e ainda serve para fazer um apreciado licor e também para fazer engarrafadas com pingas, tanto a fruta inteira quanto a casca seca ao sol.

JATOBÁ (Hymenaea courbaril)

O fruto é de casca bastante dura. Cada legume costuma ter duas sementes e é preenchido por um pó amarelado de forte cheiro, comestível, com grande concentração de ferro, indicado para anemias crônicas. Doces feitos com esta farinha eram muito comuns até o século XIX. A casca da árvore é utilizada  para fazer um chá, também chamado de "vinho de jatobá". Acreditam que este chá é um poderoso estimulante e fortificante.

JENIPAPO (Genipa americana)

Sua polpa tem cheiro forte e é comestível, mas é mais apreciada na forma de compotas, doces, xaropes, bebida refrigerante, bebida vinosa e licor. O licor de jenipapo é uma bebida muito apreciada e vendida em comércios de cidades turísticas. A fruta verde também é utilizada pelos índios para fazer tatuagens nos seus corpos.

MORANGUINHA(O) (Pouteria glomerata)

Muito utilizada para pesca por ribeirinhos e turistas/pescadores mais experientes, a moranguinha, como é conhecida pelos ribeirinhos leva esse nome devido a sua aparência com uma abobora moranga e é muito apreciada por peixes nobres do Pantanal, devido ao seu cheiro fortemente característicos, como o Pacu (Piaractus mesopotamicus) e a Piraputanga (Brycon hilarii), por exemplo. Possui um sabor azedinho muito saboroso, mais é muito pouco utilizada para outros fins além da pesca, na qual é muito apreciada e possui um alto valor comercial.

MARACUJÁ DO MATO (Passiflora cincinnata)

O maracujá do mato é muito saboroso e se assemelha muito ao maracujá tradicional, uma das coisas que os difere é que esse em especial fica mais doce quando ainda está c a casca verde, quando o mesmo amarela fica menos saboroso, mais azedo. Pode ser usado para sucos, doces, bolos e uma infinidade de receitas.

MELÃO DE SÃO CAETANO (Momordica charantia)

Seu fruto cor de ouro com espinhos moles na superfície se abre espontaneamente em 3 partes, quando maduro mostra suas sementes vermelhas comestíveis de grande beleza e paladar suave, muito apreciado pelas crianças. A infusão dos frutos maduros é boa para curar hemorroidas. As folhas desta planta eram usadas pelas lavadeiras para clarear a roupa.

ORVALHO (Eugenia uvalha)

Também conhecida como Uvaia, tem alto teor de vitamina C (cerca de quatro vezes mais do que a laranja). Tem a polpa muito delicada, com a casca bem fina, de um amarelo-ouro ligeiramente aveludado. O aroma é suave e muito agradável. Um dos grandes problemas desse fruto é que amassa, oxida e resseca com facilidade, por isso não é muito encontrada em supermercados.
Seus frutos são comestíveis e muito apreciados para o consumo na forma de sucos, razão pela qual é largamente cultivada em pomares domésticos. São também avidamente consumidos por várias espécies de pássaros, o que a torna bastante recomendável para reflorestamentos heterogêneos destinados à recomposição de áreas degradadas de preservação permanente.

PEQUI (Caryocar brasiliense)

Dele é extraído um azeite denominado azeite de pequi. Seus frutos são também consumidos cozidos, puros ou juntamente com arroz e frango. Seu caroço é dotado de muitos espinhos, e há necessidade de muito cuidado ao roer o fruto, evitando cravar nele os dentes, o que pode causar sérios ferimentos nas gengivas e no palato. O sabor e o aroma dos frutos são muito marcantes e peculiares. Pode ser conservado tanto em essência quanto em conserva, além de doces e sorvetes. O pequi também é utilizado para a fabricação do Sabão de Pequi, de propriedades terapêuticas. O licor de pequi também é muito apreciado e delicioso.

PITANGA (Eugenia uniflora)

Este fruto não é produzido comercialmente pois, quando maduro, fica muito tenro e danifica-se facilmente com o transporte. Apesar disto, é apreciado no Brasil pois é muito saboroso, além de ser rico em cálcio. A pitanga pode ser usada para
sucos, vitaminas, doces e sorvetes.

ARATICUM (Annona crassiflora)

É um fruto grande, que apresenta polpa adocicada, rica em ferro, potássio, cálcio, vitamina C, vitamina A, vitamina B1 e B2. Com relação às polpas ocorrem dois tipos de frutos: o araticum de polpa rosada, mais doce e macio; e o araticum de polpa amarelada, não muito macio e um pouco ácido. Na época de sua frutificação são comuns o seu consumo pelas populações locais e sua comercialização em feiras ou em beira de estradas.
Na culinária, o araticum é a espécie mais bem aproveitada. Além de seu consumo in natura, também são produzidos, a partir dele, bolachas, geleias, sucos, licores, bolos, sorvetes, doces, entre várias outras receitas. As folhas e sementes do araticunzeiro são utilizadas para conter a diarreia, induzir a menstruação, além de serem usadas no tratamento de úlceras, cólicas, câncer de pele e reumatismo.
"O quanto em toda vereda em que se baixava, a gente saudava o buritizal e se bebia estável. Assim que a matlotagem desmereceu em acabar, mesmo fome não curtimos, por um bem: se caçou boi. A mais, ainda tinha araticum maduro no cerrado." (Guimarães Rosa em Grande sertão: veredas)

ACURI (Scheelea phalerata)

O acuri é muito apreciado por diversos animais da fauna pantaneira, como a cutia e a arara azul, é um fruto doce e preguento, a castanha também é muito saborosa, os índios e populações ribeirinhas utilizam da massa que extraem dos frutos para pesca de pequenos e grandes peixes como o piau, pacu e piraputanga.
Da palmeira se extraiu um delicioso palmito e das fibras da folha são utilizadas para diversos trabalhos de artesanato e também na confecção de roupas cerimoniais indígenas.

TUCUM (Bactris setosa)

Seus frutos são esféricos, com cerca de 2 centímetros de diâmetro. Quando verdes, contêm pequena polpa e água no interior, como o coco-da-baía. Quando maduros, ficam roxos, adocicados e saborosos, com caroço de casca fina e castanha de polpa branca e comestível. São produzidos em cachos e consumidos ao natural, chupando-se como a jabuticaba. São, também, muito utilizados em infusão na aguardente. Muito usado para pesca do Pacu nas bacias pantaneiras. Das folhas, faz-se uma fibra muito forte e útil. As sementes fornecem um óleo alimentício